sábado, 17 de novembro de 2012

Inaptos


Somos imaturos
Inaptos ao desconforto
Não sabemos suportar as perdas
Não suportamos as ausências das brechas
Somos criados para superar
Mas insistimos em permanecer no que nos detém


Indiferentes aos centros alheios
Nos enclausuramos nos nossos
E esperamos que como o sol, tudo gire ao seu redor
Não sabemos suportar a derrota
Sentir o fel da contrariedade
De que os fatos reais, sejam sordidos
Com a ludicidade do querer
E o vai e vem da vontade

Humilde o que sabe ergue-se com verdade
Que apoia-se sobre o suporte do agora
E toma força pelo que não se enxerga, mas sente, que está por vir
No absurdo deste amargo concreto
Dificil, parar e perceber
O cimento que compõe este muro de carne
E metricamente calcular o ato
Que com sua voracidade
Pode vir a deteriorar o que resta do ultimo sobresalto
Sou arrastado pelo vale dos repteis primários
Sobre a sorte de lamas e restos de outros
Animais
Que por desdem só me deixaram a casca

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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Estranheza


E eu tenho é saudade
Saudade da inteireza
Saudade de ser tarde
Das vezes em que sentava na calçada
E demorava horas a fio
Ao recheio do biscoito
Separar a melhor parte
E comê-la por inteiro
Fincava-me o ódio quando algum esperto
Usurpava meu processo e roubava o tão esperado momento
De degustar o guardado pelas mãos sujas das estradas
Das passagens de boi que fazia
Dos aterros para não afogar a plantação
E eu tenho saudade do que nunca tive
Do meu outro lado
Dos sorrisos que não conheci
Das dores que não gritei
Do desconhecido
Do que nunca terei, do que nunca viverei
Porque não fui tudo
Sou incompleto e as metades que me sobram deixam ausências
E não terei a inteireza desejada
Não terei o vaso reposto
Quando cai no chão se estilhaça em pedacinhos
Que me ferem os pés e deixam meu sangue enrijecido
Quero voltar ao gozo de meus pais
Entranhar-me do cheiro e da essência
Quero passar de novo
E berrar, como bezerro novo
E quem sabe meu destino seja outro
De outro jeito
Mas que se repita
Se repita a falta que me completa
Porque sou isso
Vazio e tudo
E se assim não for
Serei o que sobrar
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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Dentro de um hospital, vejo pessoas passando de lá para cá
Enquanto espero ancioso alguma noticia
Algo que possa acalmar meu coração que parece frio, querendo bater forte
As pernas tremem
As mãos se entrelaçam em ansiedade e tudo parece tão rápido
Tão fugaz, assim como minha esperança vai se esvairindo pelas gotas de suor
Tento controlar a respiração como se uma hora fosse me faltar o ar
As horas nesse grande relogio branco insistem em caminhar em marcha lenta
A porta abre e fecha, como numa maldade simultânia fazendo-me saltar cada vez que alguém a ultrapassa com força de elevante, onde se a mesma não estivesse pregada as paredes, seria levada por esses corpos.
Nenhuma noticia, estetoscopios pendurados nos pesçocos e na verdade ninguém consegue escutar
Ninguém esta se importante com o coração que esta parando de bater
Quem seria capaz de ouvi-lo?
Os meus pés estão em posição de fuga, os olhos inchados de tanto que as lágrimas da amargura causaram-lhe dor e sufoco
E a horas continuam a passar
Então veio em direção a mim
Com as mãos seguras em um papel
Minha certidão de óbito
Então veio
Descanse em paz
Epitáfio.

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Ah eu...
Eu deveria ser um narciso
Um egoísta em potencial
Quem sabe assim fosse mais fácil viver
Sobreviver
E arrancar de mim esses ares de preocupação
Proteger-me seguramente da maldade aguçada
Dos olhares torvos e sem luz
Assegurar-me dentro de mim que é o lugar mais seguro
E inabitável
Tolo!
Tonto e torto, um idiota sem igual.
Capaz de se sujeitar aos mais escrotos níveis de baixaria
Desumano
Para manter o sentido de auxilio e tantas vezes depara-se
Desamparado e obscuro
Mergulhado na solidão do abandono velado
Da dor amargurada da ingratidão
Que parece acompanhar o entardecer dos dias
E quem sabe no outro haja felicidade
Haja gratidão e não precise defender-me tanto
De mim mesmo
De quem eu mais queria o "estar e ser"
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quinta-feira, 15 de março de 2012

Vilarejo - Marisa Monte




Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraiso se mudou para lá
Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real
Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar
Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for

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domingo, 4 de março de 2012

A voz do menino - Maninho

Onde está a voz do menino
Onde vai a luz da verdade
Onde foi parar o destino
Onde foi parar

Foi pras bandas do nevoeiro
Foi perdendo o jeito faceiro
Foi ganhando as rugas do tempo
Onde foi parar
Vai menino, conta os teus sonhos pra mim
Meu menino, pode dormir que eu serei

Teu aconchego, teu porto
Teu companheiro teu mastro
Teu rumo na escuridão
Aquela estrela ao alcance da m
ão


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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Frase do Dia

"Amor que aprisiona não traz paz"


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Doer de Dor

Doer a dor de ser
E a do não ser
"Aí" que trás o amor
"Ah" por detrás do grito gritado
Doer a dor do viver
Dor precisa e confusa
Necessária no aprender
Doer para crer, crer na pele
Sentir o estomago revirar-se
Tudo pelo não saber ver
Porque ver é tão incerto
Quem sabe seja porque o doer do tocar
Da-se a impressão de segurança
Enfrento a dor que insiste em latejar
Conform Ando-me 
Faz parte da construção 
Deste edifício multiforme

"Desculpe os transtornos, estou em obras" - Celina Borges
 
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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Leãozinho

Ofereço esse post ao meu primo Luis Artur, que eu considero como sobrinho. Ele é um leãozinho, um raio de sol. Que Deus o guie sempre e que seja um grande homem! 



Leãozinho - Maria Gadú e Caetano 


Gosto muito de te ver, leãozinhoCaminhando sob o solGosto muito de você, leãozinhoPara desentristecer, leãozinhoO meu coração tão sóBasta eu encontrar você no caminho


Um filhote de leão, raio da manhãArrastando o meu olhar, como um imãO meu coração é o sol, pai de toda corQuando ele lhe doura a pele ao léu
Gosto de te ver ao sol, leãozinhoDe te ver entrar no marTua pele, tua luz, tua jubaGosto de ficar ao sol, leãozinhoDe molhar minha jubaDe estar perto de você,E entrar numa
Gosto muito de te ver, leãozinhoCaminhando sob o solGosto muito de você, leãozinhoPara desentristecer, leãozinhoO meu coração tão sóBasta eu encontrar você no caminho
Um filhote de leão, raio da manhãArrastando o meu olhar, como um imãO meu coração é o sol, pai de toda corQuando ele lhe doura a pele ao léu
Gosto de te ver ao sol, leãozinhoDe te ver entrar no marTua pele, tua luz, tua jubaGosto de ficar ao sol, leãozinhoDe molhar minha jubaDe estar perto de você,E entrar numa 
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